quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fragmento de Algo Grande

   As horas, o relógio. Representam o ciclo do dia, que logo vêm a ser o ciclo do ano,... e a um pulo de distância, o ciclo da vida. A verdade se repete: o dia vira noite, assim como o verão vira inverno e a vida vira morte. Toda a natureza dita esse traçado comum a todos os seres, todos os dias. Deste modo, somos obrigados a lembrar quão humanos (oposto do divino) somos. Quão orgânicos somos.
   Em contrapartida, está a virada do dia, a meia noite, zero hora, a primavera,... o renascimento. Ciclos não têm fim e nem começo. Sempre existiram. Tenho medo de ser prepotente e dizer que sempre existirão, embora acredite firmemente por a + b que esse seja um fato imutável. Todavia também, no espírito atual, não acredito mais em meia noite. Sonho com ela e até a desejaria! Mas ando meio desesperançosa demais para senti-la. Nada que me mergulhe num vazio interno assombroso e aparentemente sem saída, como já mergulhei antes. Apenas está. E por apenas estar, não é preciso que me resgatem ainda.
   Eu até citaria um ritual próprio que fiz em janeiro, mas a vontade não falou muito alto. Quem gritou aqui dentro foi minha falta de compreensão. Ela não me permitiu organizar em palavras tudo o que eu fiz, pensei e senti. Misturado um pouco com o que já vivi e, de certa forma, aprendi. Foi algo tão grande que fugiu até da minha consciência, embora, como já dizia C. Lispector, de alguma forma garanto que está guardado em mim.
   Agradeço ao Llyr por me dar base para pensar desta forma e, consequentemente, escrever este texto. Tenho que dizer que a maior parte do que sei hoje ou foi ensinado por ele, ou aprendemos juntos na vida que levamos lado a lado.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Tempo que tem Tempo

   Existe no mundo o momento impecavelmente certo para tudo. E todos que estão nesse mundo participam dessa lei rigorosíssima do tempo. Essa é uma verdade que me sustenta e está enraizada em mim. Já deixei de me esforçar para traçar planos e teorias sobre "quando é a vinda dessa hora". Já pensei demais. E já errei demais. Hoje, se pensar muito enlouqueço, confesso, mas preciso ter em mim a certeza de que essa perfeição existe.
   Há de se esperar o quanto for necessário por esse momento, ou estar preparado para quando ele surgir de surpresa. Palavras ditas, ações feitas, encontros e desencontros, o eterno adeus, a reconciliação, decisões, etc, tudo deve ser feito naquele específico espaço de tempo que permite cada pequena coisinha vir à tona (porque até mesmo o sumiço precisa vir à tona antes de sumir). E não adianta me dizer que todo o momento é certo, ou que sou eu quem o crio. Não, não! O tempo é perfeito por si só e eu devo entrar em sintonia com o que ele me propõe. Mas não devo tentar mudá-lo e muito menos me iludir achando que tudo é certo e não existe arrependimentos.
   É bastante curioso, às vezes até mesmo doído, observar os fatos que se passaram. Muitos eu não consegui acompanhar e acertar o ritmo, fui desengonçada talvez. Muitos, tenho a sensação (e quem sabe não é isso o que importa? descobrirei quando tiver mais idade) de que acertei em cheio. Muitos não dependeram de mim e me doeu tanto a espera quanto a rasteira que o tempo ligeiro me passou.
   É... foi o momento certo. CEDO! Mas foi certo. Nem antes e nem depois. Ah se fosse depois... Infelizmente, com o perfeito não existe "ah se...", simplesmente acontece e não tem o que contestar. Talvez seja felizmente, também, que a perfeição não aceite a variação do "se". Imaginar como seriam as coisas só tira os meus pés do chão. E se eu me perder no meu vôo? Quem me puxa de volta? Quem voaria tão alto comigo? E como voltariamos depois? Lugar de ser humano é na terra.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Transição?

- E ai, se divertindo?
- Aham
- Qual você está lendo?
- "O dia que Júpiter encontrou Saturno"
- Hm!
- O que foi?
- Nada... não sei. É que tudo o que ele escreve tem a ver com sexo.
- Esse não tanto.
- Ah tá
- É sobre promessas

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vulnerável

   É estranho... sentir antes de pensar em qualquer coisa. E depois qualquer pensamento que venha é desprovido de energia (no caso da angústia), causado pelo sentimento que já está instaurado. Tenho muitos motivos para poder dizer maravilhas e horrores sobre a vida, mas nem uma e nem a outra soam leves e fluidos. Muito menos o equilíbrio soa também! Acredito que quem se mantém apenas em um dos lados não consegue enxergar a verdadeira arte de viver. Ou é perfeitamente controlado para bem, ou é um suicida (e o mundo ou o próprio corpo se encarrega de parar), ou não sabe se levar pela intensidade que os dois opostos podem propor. E, realmente, há algo de magnífico no "descontrolar-se". A meu ver, parece que a vida se esconde atrás desse ato, talvez vulgar, talvez louco, talvez criminoso, provavelmente perverso.
   Ah, a vida... passei tanto tempo sendo privada dela, até que um dia eu a experimentei sem querer. Escondida, eu vivi! E eu juro que poderia continuar experimentando, forçando e arriscando a vida até que o fim deste ciclo chegue. Seria um fim glorioso e, com sorte, cheio de euforia, depressão, gritaria, prazer, cólera, etc, seria um fim glorioso e cheio de descontrole. Digo isso porque se tem algo que sou, da cabeça aos pés, é controlada. Não por mim (e sim ao mesmo tempo), mas por uma autoridade maior que eu. Essa autoridade tem poder sobre mim, manda e desmanda, eu obedeço ou desafio de acordo com as regras dela. E sabe o que há de mais difícil nisso? Eu é que concedo esse poder todo a esse alguém. O fim e a continuidade pertencem a mim. Ou seja, eu sou minha própria tirana, porém precisei passar a palavra para uma pessoa exterior a mim, para poder me sentir presa a algo. Tudo o que acontece dentro de nós está perfeitamente refletido fora, vistos com as lentes que são nossos próprios olhos!
   Sem muito mais o que dizer, preciso continuar observando o universo e o espírito para poder chegar a alguma conclusão. E para isso, preciso parar de deixar que me sabotem e parar de me sabotar, primeiramente.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Teste

Bom, vamos ao post teste deste blog.
   Hoje, segunda-feira, após uma conversa agradabilíssima (como sempre) com Leonardo Aliende, mais conhecido como Llyr, sobre o filme tão comentado "Cisne Negro", o vi tendo essa epifania, comentando-a maravilhosamente bem, citando referências de renome e usando fatos básicos de vida e universo e então passando a madrugada escrevendo em seu blog "Faz um chá pra mim...".
   Vendo todo seu empenho, sentindo toda aquela emoção trazida pela conversa, estando tão empolgada com questões que rodeiam o ciclo da vida, ... me bateu essa vontade de criar um blog até para organizar todo um caos interno. Um espaço maior do que os poucos 140 caracteres do twitter, aqui vou tentar me expressar e desenvolver melhor meus pensamentos.