quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vulnerável

   É estranho... sentir antes de pensar em qualquer coisa. E depois qualquer pensamento que venha é desprovido de energia (no caso da angústia), causado pelo sentimento que já está instaurado. Tenho muitos motivos para poder dizer maravilhas e horrores sobre a vida, mas nem uma e nem a outra soam leves e fluidos. Muito menos o equilíbrio soa também! Acredito que quem se mantém apenas em um dos lados não consegue enxergar a verdadeira arte de viver. Ou é perfeitamente controlado para bem, ou é um suicida (e o mundo ou o próprio corpo se encarrega de parar), ou não sabe se levar pela intensidade que os dois opostos podem propor. E, realmente, há algo de magnífico no "descontrolar-se". A meu ver, parece que a vida se esconde atrás desse ato, talvez vulgar, talvez louco, talvez criminoso, provavelmente perverso.
   Ah, a vida... passei tanto tempo sendo privada dela, até que um dia eu a experimentei sem querer. Escondida, eu vivi! E eu juro que poderia continuar experimentando, forçando e arriscando a vida até que o fim deste ciclo chegue. Seria um fim glorioso e, com sorte, cheio de euforia, depressão, gritaria, prazer, cólera, etc, seria um fim glorioso e cheio de descontrole. Digo isso porque se tem algo que sou, da cabeça aos pés, é controlada. Não por mim (e sim ao mesmo tempo), mas por uma autoridade maior que eu. Essa autoridade tem poder sobre mim, manda e desmanda, eu obedeço ou desafio de acordo com as regras dela. E sabe o que há de mais difícil nisso? Eu é que concedo esse poder todo a esse alguém. O fim e a continuidade pertencem a mim. Ou seja, eu sou minha própria tirana, porém precisei passar a palavra para uma pessoa exterior a mim, para poder me sentir presa a algo. Tudo o que acontece dentro de nós está perfeitamente refletido fora, vistos com as lentes que são nossos próprios olhos!
   Sem muito mais o que dizer, preciso continuar observando o universo e o espírito para poder chegar a alguma conclusão. E para isso, preciso parar de deixar que me sabotem e parar de me sabotar, primeiramente.

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